O meu caminho

11 outubro 2011

A pedra arranha os meus chinelos
de dedo que forram os meus passos
que levam todo o comboio
de um conjunto de partes descansadas

levadas de uma forma inerte
a um destino desconhecido
vagueiam no vazio infindo
a achar que estão indo certo

Perguntam-me para onde seguem
as partes imóveis do pesado corpo
respondo que eu desconheço
apenas sigo o triste comboio

que segue à luz das estrelas
nas noites em que elas despontam
com  elas inventam um mapa
sem elas andam pelas sombras

Por que as estrelas? Alguém me pergunta.
Por que são românticas, assim respondo
são almas que ascenderam
são guias que direcionam

são cálidas, singelas e firmes
são altas, altivas e fortes
são livres como perdizes
seguem a sua própria rota

Quem dera eu assim seguindo
as estrelas por onde andam
eu fosse pelo mesmo rumo
pudessem navegar o mundo

andasse um roteiro vasto
pudesse escolher os dias
em que eu aparecesse ou
se apareceria

mas ando por entre ruínas
vales e montanhas sujos
sob as estrelas que não iluminam
a terra cheia de escombros.