23 março 2012
Foto: http://migre.me/8o9Zr
Caríssimos leitores,

É com imensa alegria e satisfação, que passo a fazer parte do "mundo" dos rabiscos... De vez enquanto, quando o meu pensamento permite, rabisco o que sinto. Não é uma escrita constante, porém uma vontade de não ignorar aquilo que posso expressar... Não importa se não é perfeita, afinal, é rabiscando que se aprende. Rabisco aqui, rabisco acolá e, de repente, a gente chega lá! :)
Quero agradecer a minha querida Ângela, idealizadora do Blogue, pela oportunidade e pelo carinho. Aproveitando, gostaria de compartilhar um texto belíssimo, sobre rabiscos, da escritora Ana.


Meus rabiscos!

"Foi rabiscando a vida que descobri o quanto o papel tem valor. Quando rabiscava a vida nas folhas do diário que escondia para que ninguém pudesse ler. Mas por quê? Pra que escrever o que não se pode ser lido? Rabiscava para refrigerar a mente, inquieta, impaciente, expor a imaginação inimaginável, das criações de uma mente fértil, incógnita, se dissipando a cada palavra, se revelando a cada frase, sem perceber rabiscava minha vida. Foi rabiscando o caderno sem prestar a tenção a aula que me envolvia em um mundo, não um mundo, um universo só meu, onde descobri que eu podia voar e não precisava de asas para isso, nem de um avião. Rabiscando e rabiscando, pintando os corações que diziam que eu estava apaixonada, desenhando as lágrimas que expressavam minha angustia, rabiscando novamente o amor e tudo que ele traz consigo. Sorrio ao ler os rabiscos. Sonho, revivo, relembro, sinto naqueles rabiscos. Rabiscando, rabiscando a vida nas folhas mágicas que ate então sem meus rabiscos eram sem graça, sem cor, sem nada, um vazio infinito de linhas em vão. Rabiscando a vida no papel, o amor, a magoa, a alegria,rabiscados também no meu coração. Descobri que também minha alma é rabiscada. Rabiscada pela felicidade, pela dor, pela saudade, não existe rabisco mais profundo que esse ultimo. Que rabisca maltratando o papel a cada ponto final, dilacerando o rabiscador. Os rabiscos do coração, como o de minha alma você pode ler, mesmo que não entenda, porem os rabiscos invisíveis do meu corpo, rabiscado pela vida enquanto eu também a rabiscava, esses rabiscos... Vou rabiscando por ai, por aqui, rabiscando ali também, me deixando rabiscar. Rabiscos, rabiscos, tudo que tenho, tudo que quero, tudo que sou, são rabiscos."