O meu amor

15 novembro 2011



Eu te gosto de um jeito desigual
Assim plano, disforme, volátil e denso.
Comprime os sentimentos dentro de mim
Sentir o que te sinto.
Chega a ser insustentável esse jeito de amar...
O meu amor é descomunal,
Não é pequeno, não tem tamanho
Não é natural.
Não é divino, nem sublime
Não é carnal.
Não é a forma de escolher uma pessoa certa
Para realizar meus planos.
Não tenho planos para essa vida,
Nem modelos nem padrões a seguir.
 O que vier tá certo, é justo, eu vou fazer...

Mas tem que ser com você...
Eu amaria a outros se você não existisse
Mas esse amor, posso lhe garantir,
Seria como os outros sentem
Sem graça, que esfria, que precisa de estímulos
Para não perecer.
O meu amor veio sem data de validade,
Não há prazo, não expira,
Não precisa adormecer...
Esse amor é estranho
Por que não explicar como é...
Mas sei que não é nada que os livros de auto-ajuda dizem...

O que eu quero é te ter por perto...
É possuir, é ter pra mim...
E sendo assim tu és meu
E não podes ser dividido com ninguém
Esse amor é exclusivo,
Não precisa de licença nem de permissão,
Ele é nosso e somente
Obedece ao meu coração.

O grande vazio




Não, eu não sou vazia.
Eu renovo meus sonhos a cada ano
Como uma árvore cujas folhas caem no outono
E que o faz para que novas folhas nasçam.

E não sou vazia.
Pois o meu coração alimenta esperanças
De que as pessoas melhorem
De que nós possamos caminhar de mãos dadas.

E ainda que não seja vazia
Tenho uma imensidade de desejos
Por isso eu choro...
Por que não me compreendem...

Minhas lágrimas são a impressão
Que fica do mundo.
Esse mundo insano e egoísta.
E que por mais que se preguem a tolerância
Pessoas morram por causa de sua cor...

Pessoas sofram com preconceitos...
Com mentalidades mal formadas...

Esse mundo débil não é o dos meus sonhos
E nem dos meus desejos...

Esse mundo sim continua e será por muito tempo
Vazio de amor...

O meu ver

13 novembro 2011


Vejo meu tempo como quem olha uma ampulheta,
Meu tempo não de tempo,
Meu tempo de mundo.
Vejo meu mundo como quem vê a um filme,
Que não tem roteiro,
Que segue uma trilha cataclismática .
Vejo as pessoas como quem é está de fora,
Dos gestos, ações, pensamentos e modo de vida,
Elas fedem a egoísmo, a auto-reconhecimento.
Vejo a moda como quem olha uma onda,
Afoga os que não surfam,
Mata os que não a conhecem.
Vejo  os amores como quem assiste a uma tragédia,
Com lágrimas nos olhos por saber que o homem não ama,
Ele apenas que parecer que o sente.
Vejo você como um líquido,
Não tem forma própria, precisa dos outros para se manter
E sempre obedece aos desejos de que lhe toma.
Vejo, vejo...apenas vejo...
da arquibancada da minha vida...

Sobre a saudade

02 novembro 2011
http://nandaevc.blig.ig.com.br/imagens/falta.jpg

- Sobre se há vida depois da morte: Nesta semana, quando as almas piedosas fazem jejum e meditam sobre a paixão e a ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo, e as almas não piedosas se entregam a rituais gastronômicos de devoração de chocolate, achei apropriado informar os meus leitores sobre aquilo que sinto e penso acerca da vida após a morte. Meu coração está tranquilo e não há dúvidas que o perturbem porque são duas, apenas duas, as possibilidades à nossa frente. Primeira possibilidade: há vida após a morte. Estou tranquilo porque, se há vida após a morte, é porque há um Poder Misterioso que a garante, poder esse a que alguns dão o nome de Deus, sem saber o que ele seja. No caso de haver esse Poder Misterioso, é minha tola convicção (todas as convicções são tolas) de que ele é só amor. Não estou sozinho nessa crença, tendo a meu favor o testemunho de profetas, místicos e poetas. Sendo só amor, é claro que a vida após a morte será uma realização do amor. A ideia de que o Poder Misterioso é um torturador que mantém, para prazer próprio, uma câmara de torturas sem fim chamada inferno, é uma calúnia espalhada pelo seu inimigo. Mas, o que é a realização do amor? O amor se realiza quando recebemos de volta as coisas que amamos e perdemos. É por isso que sentimos saudade. A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar.