A mao

16 setembro 2011
Sua mão esteve suja, sujíssima e não a cortara?
Por que não cortara?
Era preciso  fazê-lo, assim disse Drummond.
Mas a pudeste lavar e há pouco tempo.
Pouquíssimo tempo.
Não havia nojo, não precisou cortá-la,
poli-la, escová-la.
Eu sei que terias o maior prazer em levá-la a boca
era um sujo sereno, puro, romântico.
Um sujo incomparável, de quem ama e de quem 
amará muito ainda.
Era um sujo alegre, sinal de vida. sinal de que
um líquido a alimenta a parte cuja mão tocou.
Não precisou jogá-la ao mar  
nem que colocassem outra em seu lugar.
A mão que tens continua sendo pura, transparente.

(Paródia )

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