Sobre a morte

09 fevereiro 2013
à Laurindo Resende, com muitas saudades!
Não me perguntem o que penso da morte,
eu não saberia definir com palavras precisas
tudo que ela nos deixa,
apenas chamo-a intragável.

Ela que não avisa a hora da chegada,
não nos permite despedidas 
nem que sejam finalizadas algumas tarefas,
ela é má.

Que não me venham as religiões
tentar aplacar a minha dor,
afirmando que a vida é uma passagem!
Isto eu sei! Todos sabem que ela vem,
mas não queremos!

O jeito, é se conformar!
Lembrar a pessoa amada,
fazer coisas que ela gostaria que fossem feitas
se estivesse viva!

Carregar no coração as lembranças e 
as felicidades vivenciadas,
por que a morte merecia morrer também.
E se essa lógica é falível,
perdoem-me, mas
sou uma pessoa dolorida,
que permanece com a intragável intrusa
engasgada no estômago,
por que ela não avisou,
por que ela não esperou um pouco mais.

E se for verdade que ainda há algo depois do horizonte,
a gente vai estar lá, 
rindo das coisas engraçadas,
sendo inclusive, melhores do que somos.
Até um dia!